quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Reflexões sobre vozes interiores

"Feliz é o que se contenta com o espetáculo do mundo"... Ricardo Reis não poderia ter sido mais hipócrita dizendo qualquer outra coisa... Desde quando sentar e ficar esperando acontecer algo é garantia de felicidade? Diferente de Reis, que estava alheio a qualquer coisa que acontecia no mundo, temos Álvaro de Campos, um poeta engajado, futurista e impulsivo: "Não, já disse que não quero nada"... Ele me ensinou que sonhar ser algo que não somos não é deveras ser... A idéia é confusa, mas é o que a essência de Campos nos diz... pra que viver em um mundo que está acontecendo sem se mexer? Alheio a tudo isso e em sintonia com a natureza, nós temos Alberto Caeiro... Aquele que não fazia a poesia... sentia a natureza e via poesia em tudo... o mestre de todos os outros...
Ao fim, sabemos que que por trás dessas vozes tão diferentes, existia um poeta fingidor, saudosista e irônico, que era Fernando Pessoa...
Podemos tirar de nós várias vozes que não são nossas, são gritos interiores que nos fazem pensar no que é certo e no que é impossível, nos ensinam a sentir, a conhecer, a fazer... Ouvir essas vozes são tão importante quanto deixar se levar por outras pessoas, que jamais conhecem nossos profundos sentimentos e vontades... São essas pessoas que nos jogam no abismo e são essas vozes que nos resgatam da queda, servindo de apoio e uma mão para se levantar do tombo...
Essas vozes sabem o que sentimos, o que somos e o que devemos fazer... e, literalmente, chamaos essas vozes de CORAÇÃO!!!
Letícia Pacheco

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Só sei que nada sei!

É sempre assim tão difícil? Com tanta desgraça no mundo as pessoas ainda tendem a se preocupar com os próprios problemas, sem generalizar, mas tem gente passando fome por aí!Tem gente morrendo porque você não faz nada... ... Pequenos atos tendem a melhorar nossas vidas... ... basta querer!!! Letícia Pacheco

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Luta e Sanidade

Busco os mesmos heróis que você
Busco em mim um não ou talvez
Busco na sanidade, a loucura
E trago em minhas saudades sua lembrança escura
Tenho que ser forte e aguentar
Para que a morte não me tire o ar
Mas meus fantasmas me perseguem
e do meu lado já não vejo ninguém
Temo que já tenha matado meus heróis
Tentando, em vão, lutar por seus ideais
Porém, as chamas dos meus olhos ainda brilham
E, talvez, minha luta já não seja em vão
Aguente, eu estou aguentando
Lutando contra uma sanidade perdida!
Perdida pois descubro agora o que é a vida
Aguente... eu ainda estou aguentando
Letícia ^^

Muito Prazer... O Fantástico

Primeiramente, vamos falar um pouco sobre o Fantástico, Calasans (1988) afirma que o mesmo diz respeito à tudo que é produzido pela imaginação do ser humano, isto é, as coisas irreais, mitológicas e fabulosas. Portanto, é colocado na literatura como gênero literário, cujo mundo é totalmente irreal. O Fantástico nasceu entre os séculos XVIII e XIX, e tornou-se literatura em oposição ao crescimento do racionalismo iluminista europeu. O século XIX favoreceu o crescimento do Fantástico, cujo florescimento teve uma possível origem na ciência, quando ela diz que a realidade pode não ser mais do que uma simples aparência, questão que os filósofos já abordavam. No Fantástico, os detalhes oferecidos pela realidade têm que se associar com as ações da narrativa. O contexto é rígido, desprovido de superficialidade. Todos os acontecimentos têm ligações mágicas; que não passam apenas de uma forma nominal de um estilo literário para se opor às estéticas realistas. Para Todorov (2004), um mundo que é desprovido de seres sobrenaturais, acontecem fatos inexplicáveis aos olhos das leis naturais, mas que apresentam duas opções: a primeira é a que esses fatos são produtos da imaginação e as leis naturais continuam valendo; a outra é que foi real, faz parte desse mundo, mas ainda não tem explicação. O Fantástico surge dessa dúvida e, escolhendo a segunda opção, abre-se portas para outros gêneros (ou o estranho ou o maravilhoso). A hesitação do leitor é a essência do fantástico, fazendo com que interaja com a narrativa, mas qualquer opção para um dos lados leva o leitor para fora do fantástico. Por isso, a leitura não deve ser nem alegórica nem poética. Há três condições que esclarecem o fantástico: em primeiro lugar, o espaço das personagens é o mundo real, há também a hesitação da mesma e do leitor (o fantástico depende muito das experiências do leitor) e, por último, há a postura para ler o fantástico, o leitor deve oscilar entre os gêneros para provocar a dúvida. O Fantástico apresenta o duplo que, por sua vez, possui três vertentes: a multiplicação (duplicação idêntica da personagem – sósia, estátua, etc.), divisão (também chamada fragmentação, ocorre uma bipartição da personagem, causando ausência ou perda de algo) e alucinação (dúvida se há ou não o duplo na narrativa). Na literatura fantástica, o duplo significa medo, terror e mau presságio. E se houver duplicidade, certamente, haverá um final trágico.
Letícia ^^

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Um justo paralelo

Enquanto aspirante a jornalista, tento ainda me encontrar na literatura do meu curso de Letras e ainda faço paralelos que cada vez mais podem afastar meus desejos (nunca existentes) de trabalhar a gramática mais profundamente... muita divagação, caro leitor? Pode deixar que eu explico...
... Mais confusa que eu, a sociedade me parece mais perdida do que "cego em tiroteio", não sabe em quem acreditar, muito menos em como praticar algo que realmente faça a diferença, pois parte de cada um mudar e ser mudado... e o que isso tem a ver com a gramática? Oras, assim como a sociedade não sabe para que servem as palavras (que podem servir como belas armas, né, Antero*?) eu não sabia pra que servia a gramática e, durante muito tempo, pouco valor dei a ela...
Pra você, pode até parecer estranho, achar que estou "viajando legal", mas o quê estou tentando dizer é que as mínimas coisas (inclusive o que não gostamos) são importantes para a mudança, eu vi a importância da gramática e por que você não pode ver que está em suas mãos a mudança? As palavras, que agem melhor do que a violência, já mudaram pensamentos... A Igreja, com a Inquisição, conseguiu queimar pessoas inocentes na fogueira e vender indulgências... Darwin, com sua teoria da Seleção Natural, mudou todos os ramos da ciência e iniciou certa curiosidade pela genética... pensemos, então, em pensar menos com os pulsos para dar mais crédito a arma mais poderosa e barata que temos: AS PALAVRAS!!!
Letícia ^^
*Antero de Quental: foi o poeta introdutório do Realismo em Portugal, viu na poesia uma forma de revolução, criou a poesia vermelha, que era libertária e seguia preceitos comunistas (deixando claro que não discuto preferências aqui, Quental é uma referência por ter mudado a forma de muita gente ver a sociedade)